As ações para controle da proliferação do mosquito Aedes aegypti foram um dos principais temas abordados durante a primeira reunião de trabalho da Frente Parlamentar de Enfrentamento à Tríplice Epidemia: Dengue, Chikungunya e Zika. O evento, realizado nesta quarta-feira (29) – por proposição do coordenador da Frente, deputado Renato Câmara (MDB) -, teve como objetivos propor, discutir e acompanhar a execução de políticas públicas relacionadas ao combate às doenças mencionadas. “A Frente tem a missão de construir pontes e diálogos entre instituições. A Assembleia Legislativa, por ser uma casa política e importante instrumento de cobrança, faz esse debate aqui dentro, conseguindo resultados significativos com esse aprofundamento”, justificou Câmara.
O coordenador municipal de endemias de Três Lagoas, Alcides Divino Ferreira, falou sobre “Método e Controle do Aedes Aegypti: Técnicas, Dificuldades e Estratégias”. Para o biólogo, é necessário tomar atitudes definitivas. “Educação e saúde são o caminho. Inseticida não resolve, é preciso eliminar os criadouros”, afirmou. Ferreira ressaltou que o controle envolve toda a sociedade. “Temos baixa participação da população nas ações de controle. Mais de 80% dos focos são domiciliares”, disse. A bióloga, entomologista e professora da Escola Técnica do Sistema Único de Saúde (SUS/MS), Magda Freitas Fernandes, proferiu a palestra “Ações Estratégicas no Controle do Aedes Aegypti em tempos de Tríplice Epidemia”. Segundo a especialista, o trabalho deve ser ininterrupto, já que o mosquito tem alto poder de adaptação ao ambiente. “Para combater é preciso conhecer o mosquito. A reprodução e transmissão são rápidas. Hoje o mosquito não se reproduz só em água limpa. Os ovos são capazes de passar por uma espécie de hibernação e mesmo passando um tempo em locais secos, quando em contato posterior com a água, são capazes de eclodir. Precisamos, principalmente, combater as fêmeas para que diminua a incidência de ovos”, esclareceu.
Frente parlamentar
Durante a reunião, houve também a apresentação da metodologia de trabalho da Frente. “Temos debates e encaminhamentos. Nas reuniões, apresentamos pontos frágeis, buscamos apoio para execução de estratégias, discutimos orçamento, analisamos as leis e levamos sugestões de pautas para debate no plenário”, explicou o Câmara.
Presidente da Comissão de Saúde da Casa de Leis, o deputado Antônio Vaz (PRB) apresentou dados sobre a epidemia de dengue em MS. “De janeiro a abril foram registras 21 mortes por dengue, número quatro vezes maior que o total registado em todo ano de 2018. Isso é muito sério e essa Frente vem ao encontro desse problema que vivemos no estado. Essa situação não pode continuar acontecendo em MS”, destacou.
Para o deputado Professor Rinaldo (PSDB), uma das razões do problema da tríplice epidemia está relacionada a ações preventivas. “Vivemos em um país que, infelizmente, nunca prezou pela prevenção. Se nós tivéssemos colocado a prevenção em prática muitos casos poderiam ser evitados. Falta consciência de cada um fazer o seu papel”, afirmou. O deputado Neno Razuk (PTB) também participou da reunião do grupo. “Estamos buscando soluções para combater essas epidemias que esse ano apareceram com muito mais força”, disse.
O evento contou com a posse dos integrantes e suplentes do grupo composto por representantes de instituições públicas e privadas ligadas ao enfrentamento da tríplice epidemia. Além do coordenador, deputado Renato Câmara, fazem parte da Frente os parlamentares Antônio Vaz (PRB); Cabo Almi (PT); Capitão Contar (PSL); Coronel David (PSL); Evander Vendramini (PP); Felipe Orro (PSDB); Gerson Claro (PP); Herculano Borges (Solidariedade); Jamilson Name (PDT); João Henrique (PR); Lidio Lopes (PATRI); Lucas de Lima (Solidariedade); Marçal Filho (PSDB); Marcio Fernandes (MDB); Neno Razuk (PTB); Onevan de Matos (PSDB); Paulo Corrêa (PR); Pedro Kemp (PT); e Professor Rinaldo (PSDB).
Participaram da reunião representantes do Conselho Estadual de Saúde de MS, do Conselho de Secretários Municipais de Saúde de MS (Cosems), da Secretaria de Estado de Saúde de MS (SES) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Fonte: “Agência ALMS”.
Fotos:Wagner Guimarães